Encontros Transculturais II: UFFRJ promove evento sobre literatura irlandesa
- comunicacao7316
- 28 de mar.
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Encontro apoiado pela Fapur recebe escritora irlandesa e reflete sobre semelhança da literatura modernista com obras da Irlanda
Por Ana Clara Tavares, Giovanna Rodrigues e Ruan Fernandes

A coordenação do Mestrado Acadêmico em Letras: Estudos de Linguagem e Literatura da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), promoveu, na última segunda-feira (24/03), o “Encontros Transculturais II – Pesquisas Irlanda e Brasil”. O evento realizado no Auditório Paulo Freire, no Instituto de Ciências –Humanas e Sociais (ICHS), recebeu professores e convidados para discursar sobre a literatura contemporânea Irlandesa e suas similaridades com o modernismo brasileiro, além de receber a escritora Jan Carson para palestrar sobre escrita ficcional.
A mesa redonda com o tema “Ecos do Modernismo na Literatura Irlandesa Contemporânea” abriu o encontro. Os professores pesquisadores de literatura da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Luísa Freitas e Tarso Amaral estiveram presentes. Durante o evento, os convidados apresentaram exemplos de obras irlandesas inspirados nos moldes do modernismo brasileiro e que foram objetos de pesquisa em suas teses. Além disso, os palestrantes comentaram sobre o desafio da prática da tradução, uma das principais possibilidades de carreira que a graduação de letras oferece.
O encontro reafirmou a importância do ofício dos tradutores. Segundo Tarso Amaral, na era da inteligência artificial nada substitui o que é feito por estes profissionais. ‘’Obras clássicas não envelhecem, traduções sim.’’, afirmou ao responder dúvida sobre as dificuldades de tradução e da necessidade de renovação de traduções de clássicos, a exemplo de “Dublinenses’’ do escritor irlandês James Joyce, publicado em 1914.

“Eu vim de um mundo onde as mulheres não podiam escrever sobre o que queriam”
Em seguida, o evento recebeu a escritora irlandesa, Jan Carson. Apresentada pela Cônsul-Geral Adjunta Niamh Case, Jan fez uma palestra sobre a escrita ficcional contemporânea. Ela que tem atualmente 13 livros publicados, discursou sobre sua experiência em crescer em Belfast, capital da Irlanda do Norte. “Eu vim de um mundo onde as mulheres não podiam escrever sobre o que queriam”, disse. Ela ainda aproveitou para dar conselhos a novos escritores do ramo. “Comece a escrever desde ontem. Não espere até que você tenha aprendido tudo para começar a escrever. Leva um tempo para aprender a arte, é como tocar um instrumento musical. E a outra coisa é ler no tempo que você pode. Eu leio quatro vezes mais que eu escrevo.”, aconselhou.
Apoiado pela Fundação de Apoio da UFRRJ, o encontro, que é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPG-Letras) da Universidade, promoveu um intercâmbio para troca de saberes entre as culturas. Eventos como estes marcam a necessidade e a importância de internacionalizar a pesquisa e o ensino. “Acho que há muitas similaridades entre a cultura irlandesa e a cultura brasileira. Coisas como a história colonial, algumas questões sobre identidade e linguagem. Então, quando eu chego a um lugar como o Brasil, eu sinto que a Irlanda tem muito a aprender, e talvez o Brasil tenha um pouco a aprender com a Irlanda também”, disse Jan.
